Os embarques brasileiros de carne suína podem ser beneficiados com a possível elevação da tarifa de importação da China aos Estados Unidos. A constatação é do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, a partir do anúncio do Ministério do Comércio chinês da possibilidade de aumento para 25% das tarifas para produtos suínos norte-americanos.
Em 2017, os Estados Unidos exportaram para a China o equivalente a 275 mil toneladas de carne suína in natura , gerando receita de US$ 488 milhões (fonte: Trademap) . No mesmo período, conforme a ABPA, o Brasil embarcou 48,9 mil toneladas para o território chinês, com receita de US$ 100,6 milhões.
De acordo com Turra, os importadores chineses já vinham incrementando suas compras desde janeiro deste ano. No bimestre, a alta acumulada chega a 140%, com 25,5 mil toneladas embarcadas.Com o embargo russo, o país asiático assumiu, em fevereiro, a liderança entre os maiores compradores de carne suína do Brasil, importando 11,959 mil toneladas no mês (o equivalente a 28,4% do total).
“Houve um notável incremento nos negócios com o mercado chinês no primeiro bimestre deste ano. Neste contexto, o Brasil sempre manifestou seu interesse em fortalecer as parcerias pela segurança alimentar na China. Vemos que, a partir deste novo cenário, esta parceria pode ser significativamente ampliada, reduzindo os impactos do embargo russo”, ressalta o presidente da ABPA.