As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 234,1 mil toneladas em junho, segundo levantamentos feitos pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número é 36,9% menor que o desempenho registrado no mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas 370,9 mil toneladas. O saldo foi, ainda, 30% inferior que as 333,2 mil toneladas exportadas em maio deste ano.
Conforme os dados da ABPA, o menor volume de vendas gerou impactos na receita das exportações, chegando a US$ 358,1 milhões em junho, saldo 41,9% menor que os US$ 616,4 milhões realizados no sexto mês de 2017, e 30,8% inferior que os US$ 517,6 milhões obtidos em maio.
“A redução de 99,1 mil toneladas e de US$ 159,4 milhões em junho, na comparação com o mês de maio, é resultado direto dos bloqueios nas estradas e da paralisação dos portos ocorridos durante a greve dos caminhoneiros. Houve uma queda generalizada nos volumes embarcados para todos os mercados importadores”, explica Francisco Turra, presidente da ABPA.
No acumulado do ano, as exportações de carne de frango alcançaram 1,835 milhão de toneladas neste primeiro semestre, volume 13,5% inferior às 2,121 milhões de toneladas embarcadas nos seis primeiros meses de 2017.
Em receita, houve retração de 17,4%, com US$ 2,960 bilhões no primeiro semestre de 2018, contra US$ 3,582 bilhões obtidas em 2017.
Carne suína in natura – As exportações brasileiras de carne suína também foram impactadas pela greve dos caminhoneiros. No saldo de junho, as exportações do produto in natura alcançaram 29,7 mil toneladas, volume 44,9% menor que as 54 mil toneladas exportadas no sexto mês de 2017, e 27,5% inferior às 41 mil toneladas embarcadas em maio.
Em receita, as perdas chegam a 59%, com US$ 57,9 milhões em junho deste ano e US$ 141,5 milhões no ano passado. Na comparação com maio, a diminuição é de 30,5%, diante do saldo de US$ 83,4 milhões no quinto mês de 2018.
No semestre, a retração das vendas em volumes é de 20%, com 234,7 mil toneladas em 2018, contra 293,7 mil toneladas em 2017. Houve queda também na receita acumulada, de 32%, com US$ 501,1 milhões neste ano, contra US$ 740,3 milhões no ano passado.
“As perdas geradas pelo bloqueio nas estradas impactaram diretamente as projeções iniciais das exportações para este primeiro semestre, em um momento no qual se registravam fortes vendas para a China, o que havia diminuído os efeitos do embargo russo. A expectativa é que o desempenho mensal seja normalizado em julho”, analisa Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA.