A criação de gado de leite no Brasil é uma atividade antiga e vem sendo praticada desde o período de colonização portuguesa. Quando os primeiros animais foram introduzidos no país, tinham como finalidade o transporte de carga e a produção de leite. De lá para cá, a pecuária atravessou diferentes períodos. Desde progressos lentos, até períodos de salto qualitativo, como quando o leite do tipo B passou a ter forte representatividade para o país.
Em meio a altos e baixos, são grandes as possibilidades de avanço de todos os elos da cadeia produtiva de leite. Além disso, já existem tecnologias desenvolvidas no Brasil que possibilitam maiores retornos financeiros. Dentro da porteira, o produtor precisa estar atento a alguns pontos essenciais. Dentre eles, aproveitar melhor o potencial das pastagens, manejar o animal de forma correta, conhecer a fundo sobre o manejo nutricional e realizar um bom planejamento da atividade.
Ao longo deste artigo traremos informações que vão ampliar o seu horizonte sobre a pecuária leiteira. Boa leitura!
Produtividade brasileira
Apesar da criação de gado de leite ter apresentado melhorias nos últimos anos, a cadeia de produção ainda apresenta muitos gargalos que precisam ser solucionados. O país ainda possui indicadores desfavoráveis, principalmente em termos de produtividade. Uma vaca brasileira produz em média 1,5 litros de leite por dia, cerca de 8,5 litros a menos quando comparada a produção dos Estados Unidos.
Outro fator que chama muita atenção é o comparativo entre a produtividade desses dois países. Nos últimos dez anos, os Estados Unidos aumentaram a produtividade de seu rebanho em cerca de 23%. Apenas no ano 2000 produziu o equivalente a 76 milhões de toneladas de leite com um rebanho composto por 9,2 milhões de vacas ordenhadas. Atualmente, produz mais de 93 milhões de toneladas de leite por ano com um rebanho que aumentou apenas para 9,3 milhões de cabeça.
O Brasil produz cerca de 35 milhões de toneladas de leite por ano, com um rebanho de aproximadamente 23 milhões de vacas. No final de tudo, o que chama atenção é para necessidade de melhorias no desempenho do rebanho e na cadeia de produção como um todo.
Raças de gado leiteiro com maior representatividade
A escolha da raça para bovinocultura de leite no Brasil é uma etapa muito importante e tem forte relação com o sistema de produção adotado na propriedade. As primeiras raças introduzidas no Brasil são de origem holandesa e ganharam destaque por apresentarem fácil adaptabilidade e alta produção. As principais são:
– Holandesa: possui superioridade sobre as demais na produção de leite, isso faz com que ela seja reconhecida pela sua lucratividade, esta raça é a que produz maior quantidade de gordura e proteína.
– Girolando: foi criada com o intuito de encontrar uma raça que se adequasse melhor as condições topográficas e climáticas do nosso país. A ideia foi reunir a alta produtividade da holandesa com a rusticidade do Gir leiteiro.
– Pardo-suíço: é uma das raças mais antigas, têm elevada performance na produção de leite e carne e são mais comumente encontradas no sul do país.
– Jersey: raça dócil que se adapta a qualquer tipo de sistema. Produz leite de excelente qualidade, pois possui maior conteúdo de sólidos totais, além de ser mais nutritivo.
O que os produtores de sucesso têm em comum?
Sabemos que ainda existem muitas diferenças de nível tecnológico e gerencial nas diversas propriedades espalhadas pelo país. Existem aquelas que são conduzidas de forma bastante profissional e com grande apropriação de tecnologias. Já em outras, a propriedade sequer é considerada como uma unidade produtiva.
Quando feita uma análise das propriedades de sucesso, algumas práticas são muito comuns. Estas características independem do tamanho e localização geográfica. Confira as principais abaixo:
- Bom planejamento genético;
- Práticas de bem-estar animal;
- Aliar tecnologia a mão-de-obra;
- Investir na formação de bons pastos;
- Cuidados com a sanidade do rebanho;
- Manejo nutricional adequado.
Fonte: Revista Agropecuária