15/07/2020

08:39

Medicamentos veterinários podem faltar e ficar mais caros, indica pesquisa

Os criadores brasileiros podem sofrer com a falta de medicamentos veterinários no segundo semestre deste ano, apontou um estudo realizado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), divulgado nesta terça-feira (14/7). De acordo com o levantamento, realizado em junho, as principais indústrias (52,2% dos associados ao Sindan) relataram dificuldades para importar ingredientes ativos durante a pandemia. A pesquisa também aponta que os preços devem ter altas significativas nos próximos meses.

De acordo com o vice-presidente do Sindan, Emilio Salani, as dificuldades podem refletir em escassez nos próximos meses porque boa parte dos insumos utilizados pela indústria veterinária é importada. “Este setor foi seriamente impactado pela pandemia. Tivemos problemas na importação de medicamentos como a ivermectina, a abamectina e a doramectina, importantes para a bovinocultura, e de antimicrobianos, utilizados também na suinocultura e avicultura”.

Segundo o executivo, o desequilíbrio do mercado, gerado pela crise, também provocou um aumento inesperado no custo de produção dos medicamentos (variação cambial, gastos operacionais, logísticos e os insumos obtidos a partir do Mercado interno) que devem ser sentidos pelo consumidor nos próximos meses.

“Este cenário deve forçar um realinhamento dos preços dos medicamentos veterinários no segundo semestre”, afirmou Salani, lembrando que o reajuste de preços será uma decisão estratégica de cada empresa. “Os associados ao Sindan já estão fazendo as suas avaliações internas e terão autonomia para repassar ou não os custos ao consumidor final.”

A pesquisa teve a participação das 23 indústrias associadas ao Sindan e mais de 95% dos respondentes afirmaram que as suas fábricas operaram normalmente, seguindo novos protocolos de segurança, durante o período da pandemia. No entanto, a quarentena prejudicou as vendas e deve impactar negativamente nos resultados de 2020. Para 78,3% dos executivos ouvidos, as metas do ano não serão atingidas.

Outras dificuldades apontadas na pesquisa foram a falta de contato com os clientes (56,5%) e a manutenção da motivação dos colaboradores em um período de grande incerteza (47,8%). Apesar dos resultados, o sentimento do setor ainda é de leve otimismo. Embora 52,2% não se digam nem otimistas nem pessimistas em relação ao cenário atual, 26,1% afirmam estar otimistas, enquanto 21,7% estão pessimistas. Ao olhar para o futuro, 39,1% consideram que sairão mais fortes da crise, ainda que 30,4% dos executivos ouvidos considerem fazer adequações de portfólio e equipes após a pandemia.

 

Fonte: Revista Globo Rural

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