Dez passos para construir e manter uma boa pastagem na sua fazenda. Esse é o objetivo de nova série especial que estreou no Giro do Boi desta sexta-feira, dia 04. O responsável pelo conteúdo é o craque em manejo de pasto Wagner Pires, engenheiro agrônomo pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP, consultor do Circuito da Pecuária e autor do livro “Pastagem Sustentável de A a Z.
Neste primeiro episódio, Pires informou quatro etapas para o pecuarista fazer o diagnóstico de sua pastagem com o objetivo de saber se a área entrou em processo de degradação. “Vamos fazer na fazenda um diagnóstico da nossa pastagem. E aí eu vou lhe dar de presente a metodologia para você fazer esse diagnóstico. Ele é muito simples, ele envolve quatro fatores importantes”, anunciou.
NÍVEL DE INFESTAÇÃO
“O primeiro ponto: você tem que avaliar como que está a sua fazenda em níveis de infestação das plantas daninhas. Leve um técnico lá. Troque uma ideia com ele, peça uma avaliação dele. Existem plantas daninhas? Qual é a porcentagem dessas plantas daninhas? É fundamental que você saiba isso porque as plantas daninhas você vai ver mais adiante que elas competem com a pastagem”.
FERTILIDADE DO SOLO
“Outro ponto importante: você tem que conhecer a fertilidade do solo da sua fazenda. Lembre-se que o solo é o maior e mais precioso dos patrimônios que você tem. E não há como você identificar os níveis de fertilidade sem fazer uma análise de solo. Então vamos fazer essa análise de solo e vamos verificar se realmente eu tenho uma terra boa”.
POPULAÇÃO FORRAGEIRA
“Como que está a quantidade de capim na minha fazenda, nos meus pastos? Tem pasto? Tem capim? Maravilha! Se estiver mais ou menos, eu tenho que fazer alguma coisa para fazer ficar bom. E se o capim se acabou, não há o que fazer. Somente a reforma do pasto”.
OUTRAS PLANTAS
“Finalmente você tem que ficar atento a um fator extremamente preocupante em nível nacional. Nós chamamos ele de outras plantas. São plantas de folha estreita, como é a gramínea, mas que o gado não aprecia, o gado não come. Essas plantas são invasoras. São agressivas, vão tomando conta, vão sementeando e vão degradando o seu patrimônio. Existe muitas dessas plantas. Quer ver só? Lá no Rio Grande do Sul nós temos o capim-annoni. É uma planta infestante. Nós temos no Mato Grosso uma que se chama capeta. Nós temos o navalhão, o capim-duro. Nós temos, no Nordeste, o barbante. Nós temos o luca e temos várias outras, como rabo-de-raposa. Então todas essas plantas são nocivas e elas vão se disseminando no meio do capim da sua fazenda. E vão deteriorando o seu negócio”.
Pires sustentou ainda que é fundamental o produtor continuar a se fazer perguntas para que a fazenda esteja no trilho da produtividade. “Será que pesar o gado é importante? É necessário? Claro que é, é fundamental! Tem pecuarista que só pesa o gado na hora de embarcar para o frigorífico. Está errado. Você deve monitorar o peso do ganho do seu gado no início, durante o ano, na época da seca, na época das águas e no final. E você deve chegar a uma conclusão sobre o GMD do seu gado. O que é o GMD? É o ganho médio diário. Você vive de ganhar peso, você vive de produção de carne, de produção de leite. Então você tem que monitorar esse resultado!”, exemplificou.
“Se você faz cria, qual peso do seu bezerro na desmama? Ora, quanto mais o seu bezerrinho pesar e for um bezerrão, mais lucro você vai ter. Como conseguir isso? Você vai ter que levantar esses dados. Índice de chuva na sua fazenda, isso é fundamental. ‘Ah, eu sei que chove bastante!’. Isso não é suficiente! Você tem que levantar um histórico de pelo menos cinco, oito, dez anos e aí você vai construir uma média de chuva e em cima dessa média de chuva você vai planejar as ações da sua fazenda”, continuou.
Fonte: Giro do Boi