As exportações brasileiras de carne suína totalizaram 71,508 mil toneladas em fevereiro. O volume representa uma alta de 23% em relação as 58,122 mil toneladas embarcadas em mesmo período do ano passado. Os dados preliminares das exportações são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e foram divulgados pelo ministério da Economia nesta segunda-feira, 1.
De acordo com Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, o movimento de alta dos embarques foi surpresa e pode ser explicado pelas aquisições da China, que voltou a importar volumes maiores após o fim do Ano Novo Lunar. “Antes do feriado chinês, o governo local vendeu parte dos estoques do produto. Para recompor suas reservas, eles recorreram à carne suína do Brasil, que ainda segue competitiva no mercado internacional”, destaca.
Ao falar de tendências, Iglesias diz que projeções sobre quanto a China poderá importar são difíceis. De acordo com ele, tudo vai depender do avanço no plano de recuperação do rebanho de suínos chinês.
Exportação de carne bovina é menor
Se as vendas de carne suína ficaram acima do esperado, para a carne bovina o cenário foi o oposto. Foram 102,126 mil toneladas em fevereiro, ante 110,579 mil no mesmo mês do ano passado, queda de 7,64%. Segundo o analista da Safras, a China comprou menos que o esperado, e a nível interno, a oferta escassa de animais também favoreceu o desempenho negativo.
“A dificuldade do mercado brasileiro em conseguir animais que atendam ao boi ‘padrão China’ é gritante. No mês de janeiro, o volume de abates foi 14% menor. Esse quadro de escassez de oferta segue predominante não só para as exportações, mas também para os negócios no mercado interno”, pontua.
Contudo, o cenário conturbado de oferta de animais deve passar por alterações a partir da segunda quinzena deste mês. “Com a maior disponibilidade de animais a pasto, a oferta será mais robusta. Para março, a expectativa é de embarques entre 225 mil e 230 mil toneladas equivalentes de carcaça. Isso terá um peso importante para atender a demanda da China, após o consumo do ano novo chinês”, finaliza.
Fonte: CANAL RURAL