O Brasil está a um passo de ampliar sua área livre de febre aftosa sem vacinação. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou que o país recebeu parecer favorável da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para reconhecimento dos estados do Bloco I.
Com isso Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso aguardam o parecer final na 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE, que acontece no final de maio. O Paraná também recebeu parecer favorável como zona livre de peste suína clássica independente.
Os governadores e secretários de Agricultura dos Estados receberam a notícia em reunião virtual. “A fase mais difícil nós vencemos. Estamos praticamente aprovados. Quero cumprimentar todos vocês pelo esforço”, diz a ministra.
De acordo com os trâmites de avaliação da OIE, todos os atuais 182 Delegados da Organização serão comunicados da decisão e terão o prazo de 60 dias para solicitar informações sobre os pleitos brasileiros.
Esse reconhecimento vai abrir mercados mundo afora para vendermos aquilo que produzimos de proteína animal e vai incentivar investimentos em frigoríficos, em produção de proteína animal e, consequentemente, em emprego e renda para a nossa população, acessando esses outros mercados e colocando mais recursos no nosso Estado”, ressaltou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Em agosto de 2020, o Mapa publicou a Instrução Normativa nº 52, reconhecendo os seis estados como livres de febre aftosa sem vacinação. Para realizar a transição de status sanitário, os Estados e regiões atenderam requisitos básicos, como aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença, entre outros, alinhados com as diretrizes do Código Terrestre da OIE.
O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa), conforme estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). Atualmente, apenas Santa Catarina possui a certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.
O Paraná, estado que é o maior produtor e exportador de produtos da cadeia animal do País, com liderança em avicultura e piscicultura, espera ampliar mercados. “O Paraná buscava essa qualificação há 50 anos, meio século de luta. É um trabalho de muitos técnicos e do setor como um todo. É um passo muito importante. Agora em maio vamos conseguir a chancela mundial. Cerca de 65% do mundo não compra carne do Paraná pela ausência desse reconhecimento. Ou seja, alguns bilhões de dólares entrarão na nossa economia, gerando milhares de novos empregos”, disse o governador Ratinho Junior.
A última ocorrência de febre aftosa no Brasil, foi em 2006, no Mato Grosso do Sul. Na última campanha o país vacinou cerca de 76 milhões de bovinos e bubalinos com até 2 anos de idade.
Fonte: Agrolink