07/07/2021

09:10

Chegou o frio, não é? Confira as dicas de nossa equipe técnica para minimizar as perdas com os leitões

Os desafios de uma granja produtora de leitões (UPL) são inúmeros, que partem com possíveis perdas de matrizes, perdas reprodutivas e perdas de maternidade relacionadas aos leitões, especialmente intra e pós-parto. Essas perdas são intensificadas pelo fator clima, visto que, a maioria das granjas não possuem sistema de climatização. Por exemplo, em clima quente, as perdas com matrizes e perdas reprodutivas normalmente são maiores, entretanto, quando falamos de perdas de maternidade, estas aumentam com a chegada do frio, especialmente no sul do Brasil.

Pensando nisso, o Departamento Técnico da Vitalltech do Brasil® preparou este artigo abordando os cuidados básicos e necessários para um bom atendimento a parto e cuidados iniciais aos leitões:

 

Atendimento ao parto – leitões

Temos observado que, com o passar dos anos e as dificuldades de se manter uma equipe de trabalho e em número de pessoas adequado, alguns manejos deixaram de ser praticados, o que definitivamente não podem ser os de atendimento ao parto. Os manejos indispensáveis têm como objetivo reduzir a perda de calor corporal e direcionar o mais rápido possível os leitões para a ingestão de colostro. O limite crítico inferior de conforto térmico de um leitão recém-nascido é 29ºC, ou seja, mesmo em condições de verão é um procedimento essencial para sobrevivência a mamada de colostro.

 

Fluxo de manejos iniciais

 

Secagem do leitão

– Utilizar pó secante ou papel toalha;

– Iniciar pela cabeça, retirando toda a secreção da boca e narinas para facilitar a respiração;

– Cuidado ao usar o pó neste procedimento, pois a aspiração é indesejável;

– Proceder a secagem por todo o corpo do leitão.

 

Manejo de umbigo – amarração e corte

– Amarrar o umbigo com cordão de algodão embebido em solução desinfetante a 3 cm da base.

– Após amarrar, mergulhar em solução desinfetante, acondicionada em recipiente fechado e com capacidade para pequenos volumes. Isso é fundamental, pois obriga a troca constante da solução;

-Lavar o frasco interna e externamente a cada recolocação da solução, evitando assim acúmulo de sujeira.

Marcação por ordem de

Marcação por ordem de nascimento

– Utilizar bastão marcador da seguinte forma;

– Verde do 1º ao 6º leitão;

– Azul do 7º ao 12º leitão;

– Vermelho 13º leitão em diante e todos os pequenos, independente da ordem de nascimento.

 

Fornecimento de suplemento

– Via oral, imediatamente após a mamada de colostro;

– Utilizar conforme orientação do fornecedor;

 

Anotação da hora do nascimento e de manejos de intervenção

– Utilizar a ficha de parto para anotar o horário exato de nascimento;

– Anotar horário de qualquer intervenção ou anomalia;

– Anotar a medicação utilizada;

Têm-se visto em algumas granjas a não amarração do umbigo, entretanto não é considerado ideal manter o cordão umbilical íntegro. A tração exagerada nas primeiras horas de vida predispõe à formação de hérnias umbilicais ao longo da vida do suíno. Outro objetivo muito importante é eliminar o risco de hemorragias, pois existe uma porcentagem considerável de leitões apresentem contínua perda de sangue através do umbigo após o nascimento e se tornam anêmicos.

Um ponto crucial na sobrevivência de leitões, é a mamada do colostro, para isso, devemos nos atentar a alguns índices:

– Ingerir 250-300 g de colostro nas primeiras 24h;

– Primeira mamada deve ocorrer em 10 a 15 minutos após o nascimento;

– Focar na máxima ingestão nas primeiras 6h, devido à composição imunológica do colostro;

– 1ºC abaixo na temperatura corporal (39ºC para 38ºC) aumenta em 5x a chance de morrer;

– Deve ganhar 70g/kg de peso ao nascimento, ou seja, um leitão que nasce com 1,350 kg, deve ganhar aproximadamente 90 g ao final das suas primeiras 24h.

 

A técnica da sondagem consiste na utilização de uma sonda uretral de uso humano nº 10 para depositar colostro diretamente no estômago do leitão. Para evitar danos ao tecido frágil da faringe, a sonda deve ser conduzida até a faringe, sendo administrado aproximadamente 0,5 ml de leite e, concomitante ao movimento de deglutição do leitão, realizar a passagem da sonda (aproximadamente 10 cm são suficientes).

O ideal é que o colostro utilizado neste processo seja proveniente de um banco de armazenamento, pois nos dias de pico de parto não há tempo para coletar. A ordenha deve ser realizada em fêmeas multíparas (de preferência de OP4 ou superior), durante o trabalho de parto e para facilitar a ordenha, usa-se ocitocina ou carbetocina.

Esperamos que estas dicas de cunho prático, possam te auxiliar a manter elevado o número de desmamados e a performance das UPls.

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