A carne suína está cada vez mais
presente na mesa do brasileiro, por ser uma opção de dieta saudável,
importante fonte de proteína e vitaminas do complexo B, e pela versatilidade e
variedade de cortes. Atualmente, no país, o consumo anual dessa proteína chega
a 14,5 kg por habitante, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de
Suínos (ABCS).
Para os próximos 10 anos, a previsão de crescimento é de cerca de 21% em
produção, consumo interno e exportação, segundo a Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O país é hoje o
4 maior produtor da proteína, tendo produzido 3,7 milhões de toneladas da
carne só em 2016, segundo o Anuário da Pecuária Brasileira (Anualpec). Mesmo
diante das dificuldades do setor no último ano, a produção nacional vem se
destacando pelo sistema intensivo de produção, marcado pelo controle
sanitário e respeito às exigências internacionais de bem-estar animal e de
qualidade da carne.
Há mais de 20 anos atuando no setor, o produtor e presidente da ABCS,
Marcelo Lopes, destaca que o momento é de conscientização da população
sobre o produto fabricado no país. “Estamos em um processo de transformação
desde os anos 1970, quando passou a se produzir carne mais magra, deixando de
lado a imagem de um alimento gorduroso”, explica. Lopes destaca ainda a
adaptação à esta demanda, que é cada vez maior. “Hoje, com famílias
menores, é preciso adaptar o varejo, mostrando toda versatilidade da proteína.
A carne suína deve estar inserida no dia a dia, não apenas nas datas
comemorativas”, acrescenta.
Para lidar com o desafio da popularização de todos os tipos de corte,
produtores e empresas do setor tem apostado em tecnologia genética e nutrição
animal com soluções naturais para atender às exigências do animal e,
consequentemente, do consumidor, como explica o médico veterinário e diretor
executivo da ABCS, Nilo de Sá. “O Brasil tem grande competitividade pois
possui alta produtividade e baixo custo. A qualidade da porteira para dentro, o
potencial de crescimento, o melhoramento genético e nutricional, dão as
melhores condições de criação e ambiência para o crescimento do setor”,
afirma.
Segundo o Gerente Nacional para Suinocultura da Alltech do Brasil, Julio
Acosta, aliar genética à nutrição tem contribuído para alcançar um maior
percentual de carne magra e melhor nível nutricional da proteína frente às
outras carnes. “Somos extremante competitivos em relação a outros mercados.
Por isso, é essencial investir em tecnologia para que o animal consiga expor
todo seu potencial genético. Um exemplo é a substituição de antibióticos
como promotores de crescimento por aditivos minerais e prebióticos, que
auxiliam na melhora da saúde intestinal, defesas orgânicas, absorção de
nutrientes e eficiência do animal, que são exigências do mercado”,
ressalta.
Profissionalização
A cadeia da suinocultura é responsável por mais de 126 mil empregos
diretos e 900 mil indiretos no Brasil. A profissionalização, tecnologia e a
relevância econômica do setor mudaram a visão sobre o setor e o suinocultor.
“A população é cada vez mais urbana e por isso, muitas vezes, desconhece
totalmente como o alimento é produzido no campo, assim como o trabalho do
pecuarista e produtor de grãos. É uma dedicação exclusiva de quem gosta e
preza pela saúde e bem-estar animal e é essencial o reconhecimento deste
trabalho”, complementa o diretor da ABCS. As informações partem da
assessoria de imprensa da Alltech.