Há quase 20 anos, a vontade do veterinário Cléo Barbiero, de Sarandi, na região norte do Estado, era trocar a rotina de produção de suínos e distribuição de produtos para a saúde animal por uma atividade um pouco diferente. A ideia foi incorporar elementos comuns na culinária humana, como canela, pimenta, anis-estrelado e orégano, à dieta de bovinos, suínos e aves usando produtos inovadores.
Somar a vontade com a ideia resultou na VitallTech, produtora de suplementos de nutrição animal à base de substâncias naturais. A empresa, hoje com 40 pessoas, tem clientes em todo o Brasil e prepara expansão para o Exterior: Barbiero, agora, mira os países do Mercosul.
— Me formei em 1988 como médico veterinário. Era uma formação plenamente alopata. Então, quando você consegue enxergar que tem outras vertentes e tem outros caminhos que tu pode buscar, aquilo me atraiu — explica o empresário.
A mudança foi buscar apoio pesado em parceiros e pesquisa para desenvolver tecnologias diferentes dos produtos veterinários mais comuns. No organismo animal, as propriedades extraídas de elementos que, à mesa, consideramos como especiarias ajudam a combater a ação de fungos, parasitas, vírus e até agem como modeladores da flora ruminal e intestinal. O objetivo dos produtos é diminuir os custos e o uso de antibióticos. Com isso, diminuir o custo de produção no campo. A clientela: produtores, associações rurais e cooperativas.
— Quando a gente teve a ideia de desenvolver produtos na área de nutrição oriundo de substâncias com bases extraídas de canela, alecrim e orégano, cravos, isso foi um choque. Eu acreditava na ideia, mas tinha que provar isso. O ganho tem que ser traduzido em números, seja melhorar eficiência alimentar, seja uma diminuição no custo de produção — afirma Barbiero.
Fazer mais com menos
Atualmente, a VitallTech do Brasil prepara uma expansão para clientes no Mercosul, após investir em uma nova sede, um prédio de 25 metros de altura. Verticalizar a sede foi uma forma de otimizar processos e aumentar a produção, que passou de seis toneladas de produtos diárias para oito. A equipe saltou de 18 para 40 pessoas.
— Primeiro, nós conseguimos fazer com que o rebanho desses produtores melhore a imunidade. Ficando menos doente, eu trabalho com um menor uso de outras substâncias como antibióticos e outras drogas que continuamente têm que ser utilizados quando eu tenho animais doentes. A sacada do negócio é produzir mais com menos — reforça Barbiero.
Nestes anos de caminhada e desafios, Cléo Barbiero contou com a ajuda de parceiros e de uma sócia na vida e nos negócios. A esposa e sócia administradora da empresa, Patrícia Barbiero, ajudou o marido desde o início e hoje comemora as conquistas e sabe que os desafios continuam.
— Administrar o negócio também faz parte da realização de um sonho, de uma vida de trabalho que a gente teve juntos. A gente está muito feliz com essa conquista _ destaca Patrícia.
O investimento e aposta em novas tecnologias e pesquisas é necessário para atender a um mercado cada vez mais competitivo, com consumidores mais exigentes. A empresa reforça a parceria com universidades e estuda novos produtos. Para manter mais do que resultado, propósito.
— Me sinto muito feliz por trazer esse tipo de inovação. Acho que estou deixando um legado interessante. Fiz tudo isso também porque já tem alguém que me sucederá. Tem uma filha que está sendo preparado para dar continuidade. O que fazemos ao longo da vida só tem sentido se no final tu deixar um legado. E o meu legado é que nós possamos produzir mais, com mais sustentabilidade e com menor custo — diz Barbiero.
VitallTech do Brasil
- Principal executivo: Cléo Barbiero, 52 anos
- Fundação: 1997
- O que produz: suplementos para nutrição animal usando substâncias naturais
- Número de funcionários: 40
A série Te Mostra, Rio Grande é uma iniciativa do Grupo RBS para valorizar ainda mais a forte raiz empreendedora gaúcha. Serão apresentadas 12 iniciativas de quem constrói e contribui para o nosso Estado. A série tem apoio do Governo do Estado do Rio Grande do Sul e da Assembleia Legislativa.