Em suas primeiras projeções sobre o provável comportamento das exportações mundiais de carne de frango em 2019, o Departamento de Agricultura dos EUA estima que as vendas externas do produto brasileiro aumentarão perto de 2,5%, ou seja, menos que a média mundial (+4,18%), menos que os EUA (+2,85%) e bem menos que dois antigos integrantes da União Soviética, Ucrânia e Rússia, cujas exportações tende a um crescimento de, respectivamente, 16% e 20%. Isto para não falar da Argentina, que pode aumentar suas vendas em 16%.
O desempenho previsto para os nossos vizinhos é exuberante. Mesmo assim não se pode deixar de notar que, em comparação a 2014 (um quinquênio), o previsto é uma redução superior a 47% e que não é exclusividade da avicultura argentina: no período, as exportações dos norte-americanos decrescem acima de 3% e a do Canadá 5%. Enquanto as brasileiras crescem pouco mais de 6%.
É verdade, neste caso, que estamos abaixo da média mundial (quase 11% de acréscimo no quinquênio) e muito aquém, entre outros, de União Europeia e Tailândia (+32% e +64%, respectivamente). Mas a baixa evolução das exportações brasileiras está relacionada, também, à expansão de exportadores que, até recentemente, eram grandes importadores de carne de frango. Casos, por exemplo, da Rússia (+260%), da Ucrânia (+108%) e de Belarus (+63%).
Segundo o USDA, o volume total previsto para 2019 representa novo recorde mundial. Mas o recorde não se aplica ao Brasil que, nas estatísticas do órgão norte-americano, exportou seu maior volume em 2016, ocasião em que a quantidade embarcada ficou em 3,889 milhões de toneladas e representou 36,3% do total exportado mundialmente (notar, em relação a esse volume, que o USDA desconsidera as exportações de pés/patas de frango).