04/08/2021

07:54

Suinocultor, você está preparado para enfrentar um risco sanitário?

Fonte: VitallTech do Brasil®

Não bastassem as dificuldades de mercado, o setor de produção de suínos se vê ameaçado a uma endemia que assola a Europa e a Ásia, principalmente, bater à nossa porta, quando confirmados os primeiros surtos de Peste Suína Africana (PSA) na América, especificamente na República Dominicana.

Neste sentido, implantar um bom Programa de Biosseguridade é de extrema importância; por isso, os profissionais da Vitalltech do Brasil® discorrem e pontuam questões-chave para o sucesso em um Programa de Biosseguridade.

Um ponto importante para refletir é o que nós pensamos ou acreditamos sobre biosseguridade e o que efetivamente realizamos. É fundamental saber como a sua granja está conectada aos diferentes elos da cadeia produtiva, para identificar e agir frente aos fatores principais de biosseguridade. Protocolos de biosseguridade são fáceis de serem elaborados: a questão é sua execução no trabalho rotineiro da granja, tanto para prevenir a entrada de patógenos, como para reduzir a multiplicação e transmissão dos agentes no interior do rebanho. Um erro frequente de produtores é se preocupar com a biosseguridade apenas em resposta a ocorrência de surtos de doença e não como medida preventiva.

Adotar medidas de biosseguridade, sem dúvida, é a melhor estratégia para diminuir os riscos da presença de agentes causadores de doenças. Essas medidas funcionam integradas, requerem muita disciplina e são caras, porém trata-se de um investimento que resguarda a saúde do rebanho, que é atualmente a principal prioridade de um sistema de produção de suínos. Prevenir sempre foi e será mais viável do que qualquer tipo de perdas causadas por enfermidades. As granjas de suínos, independentemente do tamanho, localização e situação sanitária, devem estabelecer e cumprir rigorosamente as medidas de biosseguridade.

O termo biosseguridade é um conjunto de procedimentos técnicos imprescindíveis que visa de forma direta e indireta prevenir, diminuir, ou mesmo controlar os desafios gerados na produção de animais frente aos agentes patogênicos que possam ter impacto na produtividade destes rebanhos e/ou na segurança alimentar dos consumidores de produtos. A este conjunto de procedimentos e normas se denomina Programa de Biosseguridade. Um bom programa planejado permite uma cultura de higiene dentro do setor de produção animal, cujos benefícios obtidos se evidenciam na melhor conversão alimentar, melhor ganho de peso diário, redução do uso de vacinas e medicamentos e, consequentemente, redução da mortalidade, garantindo assim, bem-estar animal. A biosseguridade é uma parte fundamental das boas práticas de produção (BPP) de suínos. Indica diretamente algum procedimento que previne eventos relacionados com a saúde animal. Estes manejos devem ser revisados rotineiramente e modificados de acordo com mudanças nos objetivos econômicos, legais e de produtividade do sistema de produção animal em questão.

 

Ponto-chave 1: Isolamento da granja!

A granja deve estar situada geograficamente em local tranquilo e distante de outras propriedades do mesmo setor e/ou de frigoríficos e abatedouros. O ideal é que esta esteja protegida por barreiras naturais e físicas; e que se tenha o conhecimento da direção do sentido dos ventos, diminuindo assim possíveis contaminações que são disseminadas via aérea. Além da localização, barreiras físicas, como cercas, com entrada única e tendo um sistema de desinfeção é ponto-chave para evitar entrada de vetores e pessoas, importantes no processo de disseminação.

 

Ponto-chave 2: Controle de entrada de pessoas!

Mediante ao agendamento da visita, o responsável pela granja deve verificar a real necessidade da visita técnica para agregar valores à produção, comunicando com antecedência sobre o histórico do período de vazio sanitário a ser cumprido. No escritório, o visitante deverá primeiramente assinar o livro de visita onde o mesmo deve se responsabilizar pelas informações assim cedidas, respeitar e aceitar o programa de biosseguridade imposto pela propriedade. E após o preenchimento, o responsável da granja autorizará a entrada ou não do visitante mediante a informação fornecida no livro de visita. Recomendamos que para acessar o sistema de produção, os visitantes respeitem um período mínimo de 48 horas do último contato com suínos e outros animais e de 72 horas após da entrada em frigoríficos e outras propriedades com status sanitário inferior à granja a ser visitada. O visitante deverá estar de acordo com o programa de biosseguridade a ser realizado durante a visita, atendendo as normas impostas.

O visitante deve previamente receber as recomendações do manual, como também esclarecimento de como funciona a empresa e como será seu programa de trabalho. O livro de visitas deve permanecer no escritório.

O visitante deverá entrar na área destinada a banho somente com as vestimentas do corpo; ela é dividida em área suja, intermediária e área limpa. Portanto nesta primeira área, o visitante deverá deixar todos os pertences pessoais, que incluem adereços (joias, presilhas, bonés), onde deverão ser armazenados nos armários, juntamente com a roupa “usada”.

 

Ponto-chave 3: Controle de veículos!

Os transportes correspondem a um grande meio de contaminação, principalmente o de transporte de material genético que realiza a entrega dos animais. Os veículos dos visitantes deverão ficar estacionados fora da propriedade. Todos os veículos, máquinas e equipamentos que entram na granja, devem passar pelo processo de desinfecção (arco ou bomba) antes mesmo da entrada na granja. O gerente da granja deve ser comunicado com antecedência da visita ou entrada de caminhões de ração ou equipamentos com pelo menos 1 dia de antecedência para agendamento das atividades.

 

Ponto-chave 4: Controle de vetores

Orientamos que seja colocado em prática um adequado controle de pragas em todas as granjas, como também monitoração da eficiência do programa através de Check List. Avaliar semanalmente, durante as visitas nas granjas, o número de pragas encontrado em cada processo de controle. Iniciando desde a cerca de isolamento seguindo em volta dos barracões e por último dentro das instalações. O programa eficaz de controle visa zerar o número de pragas encontrados dentro das instalações como pássaros, ratos, moscas, baratas, fezes e urina dos mesmos, etc.

Ponto chave 4: Biosseguridade interna!

Um programa de limpeza e desinfecção é uma das peças fundamentais dentro do conjunto de práticas de manejo presentes nas granjas com suinocultura eficiente e lucrativa. Em condições confinadas, a frequência e severidade das doenças estão diretamente relacionadas ao nível de contaminação ambiental e este, por sua vez, está relacionado ao sistema de manejo das instalações e ao programa de limpeza e desinfecção.

Um desinfetante ideal seria aquele capaz de eliminar na mesma concentração e no mesmo espaço de tempo todas as bactérias, vírus, fungos, protozoários, parasitas e suas formas intermediárias. Produto como esse não existe. A eficácia de um desinfetante depende de uma variedade de fatores, incluindo a superfície de contato, qualidade da água (dureza, pH, íons orgânicos) e material orgânico (alimentação, dejetos, secreções). A presença de matéria orgânica residual pode proteger os organismos infecciosos e interferir na atividade dos desinfetantes ou bloquear as superfícies de contato. O excesso de matéria orgânica sobre a superfície dificulta ou até mesmo torna impossível a penetração do desinfetante em todas as “frestas” onde possam se alojar micro-organismos. Uma limpeza insuficiente é a principal razão para o fracasso de um desinfetante.

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