09/07/2020

08:14

Aditivos podem reduzir o risco de propagação da peste suína, aponta pesquisa

Estudo da Universidade Estadual do Kansas fornece a primeira evidência de que os aditivos alimentares podem ser ferramentas eficazes contra o vírus fatal aos suínos

m recente estudo da Universidade Estadual do Kansas, nos Estados Unidos, indica que o risco de espalhar um vírus animal mortal através da ração pode ser efetivamente reduzido com o uso de diferentes aditivos alimentares, sugerindo que esses ingredientes podem ser eficazes contra a peste suína africana. “Atenuando o risco de vírus da peste suína africana em alimentos com aditivos químicos antivirais”, publicado na revista científica Transboundary and Emerging Diseases, foi liderado por Megan Niederwerder, professora assistente de medicina diagnóstica e patobiologia na Faculdade de Medicina Veterinária da universidade.

A peste suína africana (ASF, sigla em inglês), é uma doença animal em rápida expansão e emergente, que ameaça a produção suína e a segurança alimentar no mundo. Embora o vírus não afete os seres humanos, ele reduziu a disponibilidade de carne de porco em alguns países afetados. Nos últimos dois anos, estima-se que o ASF seja responsável pela morte de pelo menos 25% do plantel suíno do mundo devido ao surgimento do vírus na China e subsequente disseminação para mais de 10 outros países asiáticos.

“Em 2019, publicamos o primeiro relatório da transmissão do vírus da peste suína africana (ASFV), através do consumo natural de alimentos à base de plantas. Nosso trabalho subsequente concentrou-se na mitigação do ASFV em alimentos para animais através do uso de aditivos químicos para alimentos e tratamento térmico”, disse a pesquisadora, em entrevista para o portal Pork Business.

De acordo com Megan Niederwerder, atualmente não existem vacinas disponíveis comercialmente nem tratamentos eficazes que possam ser administrados contra a doença. Dessa maneira, o controle da disseminação da peste suína africana se concentra em medidas de biossegurança para impedir sua introdução em países ou fazendas. O outro método envolveria o abate em larga escala de animais infectados ou de alto risco.

“Nossa nova pesquisa relata novos dados que avaliam a eficácia dos aditivos na inativação do ASFV em um modelo de cultura de células in vitro e um modelo de remessa transoceânica de ingredientes para alimentação animal”, disse Niederwerder. “Isso fornecerá informações valiosas para a indústria suína no que diz respeito à mitigação do risco de possíveis rotas para introdução e transmissão de ASFV através de alimentos para animais e ingredientes”, explicou.

Niederwerder e sua equipe examinaram duas classes diferentes de aditivos líquidos para alimentação animal, incluindo um aditivo à base de ácidos graxos de cadeia média e um aditivo à base de formaldeído. Em geral, ambos os aditivos químicos demonstraram evidências de redução da infectividade do vírus.

Embora os resultados do estudo sejam promissores, a cientista enfatizou a necessidade de uma abordagem multifacetada para reduzir o risco de vírus da peste suína africana em alimentos para animais, incluindo ingredientes de países sem o vírus quando possível, aplicando tempos de espera a ingredientes de alto risco e implementação de protocolos consistentes de biossegurança na fábrica de ração.

O estudo foi financiado por uma doação do Centro de Informações de Saúde Suína (SHIC, sigla em inglês) e do Fundo Nacional de Instalações Biológicas e de Agro-defesa do Estado de Kansas (NBAF, sigla em inglês).

 

Fonte: Revista Globo Rural

Deixe seu comentário

Economia

seu orçamento está vazio