A maternidade é uma instalação que se torna crítica quanto à temperatura na medida que ali ficam acomodadas duas categorias muito distintas em sua temperatura de conforto:
– Leitões, que preferem temperaturas entre 30°C e 25°C e, quando abaixo de 15°C, torna-se crítica;
– Porcas, que estarão em conforto entre 12°C e 22°C e em temperatura crítica quando acima de 25°C.
Esta realidade nos evidencia a conveniência de um espaço segregado (escamoteador) para os leitões, onde o produtor deve, mesmo no verão (noite), providenciar fonte de aquecimento, viável de diversas formas e com tecnologias amplamente dominadas.
Quando atentamos para a porca, em regiões com clima subtropical (sul do Brasil), constatamos que o conforto térmico é alcançado em grande parte do ano, alternados com temporadas intensamente críticas.
Os suínos possuem temperatura corporal entre 38°C e 40°C e buscam manter sua temperatura (termorregulação) com trocas térmicas, equilibrando com o meio ambiente através de mecanismos específicos (*).
Quando frio, os suínos produzem calor endógeno a partir do alimento e das reservas energéticas (gordura), quando elas existirem. De qualquer maneira é sempre recomendado que se busque proteção – escamoteadores, cortinas, janelas, climatizadores entre outros – para evitar que a produção de calor empregue energia que poderia ser consumida para produção de carne ou leite.
Sempre que a temperatura ambiente esteja acima da zona de conforto, os suínos precisam dissipar calor, o que conseguem fazer através da evaporação da água da respiração e água que esteja sobre a pele, ou por condução por contato físico (piso) ou ainda por convecção (umidade e temperatura do ar), ou seja, vamos ter resultados quando adotamos mecanismos artificiais de refrigerar e movimentar o ar, refrescar o piso ou mesmo molhar os animais.
O assunto passa a ter ainda maior importância quando distinguimos as desvantagens que temos quando, independente da fase, os suínos estiverem em estresse térmico. Nesta abordagem vamos salientar os inconvenientes que dizem respeito à porca.
A medição de resultados produtivos é decorrente dos quilos de leitão produzido por fêmea que provém da ingestão exata em qualidade e quantidade dos nutrientes necessários.
A umidade, a velocidade, a taxa de renovação e a temperatura do ar, a temperatura do piso, e o clima do ambiente quando acima da temperatura de conforto, geram uma sensação térmica de muito desconforto, particularmente em animais com espaço limitado, caso da gaiola parideira, e este quadro desencadeia uma sucessão de episódios comprometedores, notadamente uma redução considerável na ingestão de ração.
Pesquisas (**) mostram que, porcas alojadas a 30°C, em comparativo com outras em 20°C, tiveram seu consumo de ração reduzido em até 40%, aumento significativo no consumo de água, maior agitação e consequente aumento da mortalidade por esmagamento, leitegadas até 23% mais leves, as porcas perderam até 17 kg a mais, aumentaram o intervalo desmame cobertura, o anestro e houve queda importante na fertilidade.
Este quadro final é consequência do somatório dos vários fatores intercorrentes e, o contexto é, no mínimo, assustador, pois compromete seriamente qualquer meta e, é claro, a rentabilidade, tornando-se absolutamente necessário diligenciar alternativas que, se não contornem, pelo menos minimizem as perdas.
Os esforços devem focar dois pontos: melhorar o ambiente e estratégias na composição e manejo da ração.
Para melhorar o ambiente, são recomendados.
– Na área externa: água no telhado (chafariz); arborização; sombreamento e; pintura branca do telhado.
– Na parte construtiva: Instalar sistema de ambiência; ampliar área de ventilação, janelas e cortinas com abertura total e sem anteparos (bandô); instalar sistema de gotejamento ou nebulização da maternidade; colocação de lanternins e; uma das alternativas que mostrou ótimas resultados é o resfriamento de piso através de serpentinas circulado água fria.
– No manejo: colocação de ventiladores para acelerar o processo de renovação de ar natural, os quais são recomendados sejam instalados no sentido longitudinal para uso com cortinas fechadas, formando um túnel de vento, ou oblíquos/transversais, sempre no mesmo sentido do vento predominante, para uso com cortinas abertas; retirada dos dejetos para reduzir produção de gases; conferir funcionamento dos bebedouros e; evitar manejos estressantes (transferências, vacinação, medicação e circulação de pessoas) nas horas quentes.
Estratégias para reduzir carências e aumentar consumo de ração.
– No manejo: evitar porcas “gordas” ao parir; as genéticas atuais recomendam que se ofereça ração à vontade o mais precocemente possível; fazer “tratos” em menores quantidades mais vezes por dia, evitando alimentar no final da manhã e durante a tarde e início de noite; umedecer a ração; disponibilizar comedouro automático funcional para que as porcas tenham aceso fácil nas horas mais frescas e; evitar sobras de ração.
Na formulação: utilizar ração formulada no conceito de proteína ideal; atender as exigências com precisão; usar ingredientes saudáveis e de melhor digestibilidade; balancear a quantidade de energia compatível com o teor de aminoácidos, minimizando produção de calor endógeno e facilitando a digestibilidade, gerando conforto alimentar; em ocasiões especiais é possível concentrar a dieta para que, com menor quantidade seja possível atender as exigências e; incluir palatabilizante.
A VitallTech do Brasil® possui departamento técnico que está disponível para desenvolver assuntos de seu interesse.
(*) INTERAÇÕES AMBIENTE E NUTRIÇÃO – ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA AMBIENTES QUENTES E SEUS EFEITOS SOBRE O DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE SUÍNOS Elias Tadeu Fialho, Paulo Roberto Ost, Vladimir de Oliveira.
(**) NUTRIÇÃO E MANEJO DA ALIMENTAÇÃO DE PORCAS NA GESTAÇÃO E LACTAÇÃO EM MOMENTOS CRÍTICOS Aloízio Soares Ferreira, Wagner Azis Garcia de Araújo, Bruno Alexander Nunes da Silva, Rubens Mauro Batista.
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