10/05/2022

08:56

Alimentos alternativos para suínos

Assunto recorrente em suinocultura, mesmo quando não em crise, no custo de produção de suínos a alimentação apropria-se da fatia maior. Quando desmembramos o custo da ração, observamos que os cereais (milho) constituem porção considerável na formação do preço, certamente mais do que 60%.

Resumimos os cereais ao milho, pois como já abordamos anteriormente, poucas são as ofertas e disponibilidades de regionais de alimentos alternativos e a produção. Ao mesmo tempo em que a demanda é proporcionalmente grande devido à aptidão produtiva para suínos leite e aves, haja visto o número de agroindústrias instaladas, o clima subtropical não permite uma produção maior.

Pesquisas promissoras estão sendo realizadas pela pesquisa gaúcha (Embrapa Trigo – Passo Fundo RS) mostrando a viabilidade de plantio de variedades de trigo de duplo propósito – pastejo e grãos – que, por possuírem ciclo tardio (espigamento em 110 dias e maturação 162 dias) podem perfeitamente serem cultivadas na janela de inverno, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Possuem ciclo vegetativo mais longo, semeados mais cedo, garantem forragem antecipada, cobertura de solo no inverno e sua massa verde suporta três pastejos antes de rebrotar para colheita de grãos ao final da safra. Quando plantado em abril, permite três pastoreios em junho, julho e agosto, colheita de grãos em outubro; semeado em maio, dois pastoreios em julho e agosto para colheita de grãos, que pode alcançar mais de 4 toneladas por hectare, a partir da segunda quinzena de outubro. “As variedades para duplo propósito possuem alta capacidade de rebrote, suportando um ou mais pastoreios e posteriormente a estes, ainda atingem boa produtividade de grãos na colheita (Del Duca, 1997; Embrapa, 2006b).

Por reconhecerem que a importação de milho tem impacto negativo na economia estadual, vemos projetos de incentivo nos estados, como o Projeto Duas Safras do governo gaúcho e o Projeto de Incentivo à Produção de Cereais de Inverno em Santa Catarina, além Operação 365 da Embrapa.

Vários setores da cadeia produtiva têm tratado do assunto: Tarcisio Minetto da FECOAGRO informa que “o trigo hoje ocupa 20% da área da cultura de verão, por isto hoje é necessário que seja integrado ao sistema produtivo e não apenas como uma cultura isolada”, Francisco Turra, presidente do conselho da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA comenta que “na região sul existem pelo menos 300 mil hectares ociosos no inverno e que poderiam produzir ingredientes para ração animal, gerando recursos regionais” e Rogério Kerber, presidente do Sindicato das indústrias de Produtos Suínos, afirma que “temos espaço para produzir, tecnologia para utilizar e mercado para consumir”.

A produção atual conta com muitas variedades de trigo e, mesmo que assemelhados, tem distintos teores nutricionais, sendo recomendado que se façam análises bromatológicas para que, com assessoria de um técnico capacitado, se faça a inclusão correta deste cereal nas rações para suínos, onde pode substituir, de maneira prática até 50% e, em casos especiais, totalmente ao milho.

Do ponto de vista nutritivo, o trigo tem mais aminoácidos (proteína) e menos energia (óleo/gordura) do que o milho, mas devido às oscilações nos níveis nutricionais, somente análises comparativas seriam precisas. Dados médios destes cereais indicam, de maneira prática, que para cada 100kg de milho retirados da fórmula, devemos colocar 100kg de trigo, adicionar 4kg de óleo/gordura e retirar 4kg de farelo de soja.

Os benefícios são vários: maior renda por área; pecuaristas passam a ser produtores de grãos; produção antecipada de forragem; possibilidade de decidir durante o ciclo sobre quantos pastoreios e a melhor oportunidade de colocar grãos no mercado; mesmo com preços equiparados ao milho, a produção e comercialização local fortifica a economia regional; cobertura de solo e formação de palhada para plantio direto.

Com o propósito de auxiliar os produtores no equilíbrio dos custos de produção, a VitallTech do Brasil®, através de seus profissionais, tem vasta experiência em utilizar ingredientes alternativos (como cereais de inverno), sem perda nutricional e sem restrição de uso para melhorar o custo/benefício da propriedade.

Entre em contato com nossos profissionais, conte os seus desafios. Estamos sempre prontos para estudar cada caso e apresentar as melhores soluções em cada situação.

 

Material consultado:

MEINERZ, G.R.; et al. Produtividade de cereais de inverno de duplo propósito na depressão central do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Zootecnia 2012.

LIMA, G.; SOUZA, O.W.de. Importância da qualidade de grãos na produção de suínos. Informativo Técnico 176, EMBRAPA, 2015.

RIBEIRO, A.M.L.; et al. Alimentos alternativos para suínos em crescimento e terminação. Informativo Técnico 298 SOS Suínos, 2002.

EMBRAPA, 2016. Trigo BRS Tarumã – Trigo de duplo propósito. Soluções Tecnológicas.

EMBRAPA, 2020. Trigo no alvo da indústria proteína animal – Notícias.

EXPODIRETO, 2022. Fórum da cultura do Trigo. Reportagens.

AVESUI, 2016. Desperdício de ração em granjas brasileira chega a 20%. Revista Suinocultura Industrial. São Paulo

CANAL RURAL, 2020. Eficiência Alimentar: Será que há desperdício em sua granja? Redação de Ligados & Integrados.

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