Nas commodities, milho em baixa e boi gordo em alta são destaques. No campo político, atenção à possível entrega da proposta de reforma administrativa do governo
Boi: arroba sobe R$ 2 em São Paulo e chega a R$ 242, diz Scot Consultoria
O levantamento diário de preços da Scot Consultoria trouxe novas altas para o mercado do boi gordo em São Paulo. A arroba saltou R$ 2 e chegou a R$ 242, valor bruto e a prazo. A consultoria observa que com esse ajuste nos últimos dias, o prêmio pago pelo boi que atende o mercado chinês praticamente não existe mais. A cotação subiu em 15 das 32 praças pesquisadas em virtude do quadro de escalas curtas e pouca disponibilidade de boiadas.
Na B3, após uma manhã de novas altas, os contratos futuros perderam força durante a tarde desta quarta-feira e fecharam em baixa. Em média, a curva recuou 0,70%. O ajuste do contrato para outubro passou de R$ 243,85 para R$ 242,25 e o de novembro passou de R$ 247 para R$ 244,70. O indicador do Cepea teve alta de 0,57% e ficou cotado a R$ 238,95, renovando o maior valor da série histórica.
Milho: mercados físico e futuro têm novas baixas
O indicador do milho do Cepea teve o segundo dia consecutivo de baixa e recuou 0,92% para R$ 60,36 a saca, menor valor em nove dias. Na B3, as cotações fecharam em forte queda novamente. A curva recuou em média 3%. O ajuste do contrato para setembro passou de R$ 59,51 para R$ 57,50 e o do vencimento novembro passou de R$ 58,93 para R$ 56,55.
A consultoria Safras & Mercado reportou preços mais baixos também no mercado físico e apontou grande volume de negócios entre cooperativas e grandes indústrias. De acordo com a análise da consultoria, o forte aumento de fixações por parte dos produtores derrubou os preços de balcão. A queda foi generalizada entre as praças. Em Campinas (SP), a saca passou de R$ 64 para R$ 59 e em Passo Fundo (RS), de R$ 60,50 para R$ 59.
Soja: queda do dólar e alta em Chicago geram lentidão no mercado brasileiro
O dólar recuou novamente nesta quarta-feira, 2, cotado a R$ 5,3575, uma queda diária de 0,51%. Em Chicago, os contratos futuros do complexo soja fecharam em alta. O vencimento novembro subiu 7,25 cents, ou 0,76%, para US$ 9,62 por bushel.
O mercado americano segue monitorando o clima e as estimativas para safra. A corretora de commodities Allendale projetou produtividade menor que a StoneX, Pro Farmer e Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Dessa forma, o mercado físico brasileiro teve lentidão nos negócios de acordo com a Safras & Mercado. Em Passo Fundo (RS), os preços passaram de R$ 140 para R$ 141 e em Paranaguá (PR) passaram de R$ 138,50 para R$ 137,50. O indicador do Cepea para o Porto de Paranaguá teve o segundo dia consecutivo de baixa e ficou em R$ 136,57.
No Exterior: bolsa americana atinge máxima histórica com notícias sobre vacinas e dados econômicos
O índice S&P 500 da bolsa americana teve forte alta de 1,54% e ficou em 3.580,84 pontos com os investidores renovando o otimismo com vacinas e dados econômicos globais. O diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, mostrou-se mais otimista em relação à disponibilidade de vacinas para novembro ou dezembro deste ano.
Os dados econômicos trouxeram criação de vagas de trabalho nos EUA no setor privado abaixo do esperado, porém, os dados dos últimos quatro meses foram revisados para cima. Também foi positivo o indicador de encomendas à indústria que avançou mais do que o projetado pelo mercado. Para esta quinta-feira, os investidores concentram atenção em indicadores antecedentes de atividade econômica e dados de mercado de trabalho nos EUA.
No Brasil: proposta de reforma administrativa do governo federal é aguardada para esta quinta
O cenário político continua concentrando atenções no mercado brasileiro e é aguardada para hoje a proposta de reforma administrativa do governo gederal. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cogitou até mesmo a possibilidade de mostrar a proposta já na quarta-feira, porém, não houve avanço e a apresentação ficou marcada para esta quinta.
De acordo com o presidente Jair Bolsonaro, a proposta não deve atingir os servidores atuais, apenas os que entrarem em concursos após a aprovação da reforma. Segundo o Estadão, há a possibilidade de a proposta prever que os futuros servidores podem ser demitidos, de forma que a estabilidade no serviço público ficaria restrita às carreiras de Estado.
Fonte: Canal Rural