De acordo com o indicador Cepea/B3, o patamar mais alto alcançado até hoje foi de R$ 231,35, em novembro do ano passado
O indicador Cepea/B3 para o boi gordo voltou a subir nesta segunda-feira, 10, e registrou o maior valor do ano, a R$ 228,50 por arroba. Os cálculos são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em apenas um dia, os preços compensaram a queda registrada na primeira semana de agosto e se aproximaram do recorde histórico registrado em novembro do ano passado, de R$ 231,35.
De acordo com o pesquisador do Cepea Thiago Bernardino, a falta de oferta de animais terminados e os fortes volumes de exportação explicam o avanço das cotações. Em 2020, apenas fevereiro não bateu recorde para o mês dentro da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) para embarques de carne bovina. A primeira semana de agosto, por exemplo, em resultado divulgado nesta segunda, já sinaliza novo recorde para o mês e alta probabilidade de também registrar o maior volume embarcado dentre todos os meses da série.
Tendência
Bernardino projeta cenário geral de firmeza para arroba, porém, alerta que alguns fatores podem precificar o boi para baixo. Por exemplo, a demanda doméstica deve ficar estabilizada em níveis inferiores aos registrados antes da pandemia pelo menos até o último trimestre de 2020. Além disso, é prevista a saída de animais de confinamento, apesar de estar atrasada em virtude dos altos custos do animal de reposição e do milho.
Entre os fatores que podem levar a arroba para novos recordes, o pesquisador cita câmbio em patamar interessante, que torna a carne brasileira competitiva no exterior, e o apetite chinês.
O especialista analisa que o início de 2021 ainda deve ser de cotações firmes, pois o cenário de oferta restrita não deve ser resolvido totalmente até lá, apesar da chegada das chuvas nos pastos na primavera e início do verão. Segundo ele, esse comportamento pode ser observado inclusive na curva futura dos contratos de boi gordo na B3.
FONTE: CANAL RURAL