04/11/2020

08:54

Como saber se é a hora certa de lavar o bebedouro de água do gado?

Como saber se está na hora certa de lavar o bebedouro de água do gado na fazenda? A resposta para a pergunta do telespectador Rodolfo Ribeiro, de Mirassol D’Oeste, no Mato Grosso, é simples, conforme resumiu o médico veterinário Fernando Loureiro, especialista no tema.

“Na nossa concepção, o melhor momento de lavar o bebedouro é agora! Se possível, lavar todo dia é melhor para atender esses animais para que eles bebam sempre uma água muito limpa, de um bebedouro muito limpo”, aconselhou.

Segundo o veterinário, quem maneja o gado pode se valer de uma ficha de leitura do bebedouro que facilita a indicação do momento propício para a limpeza. “A gente acredita que todas as fazendas devam adotar e ter a sua (ficha de leitura). Ou seja, passar pela invernada e avaliar se aquele bebedouro já necessita ser lavado ou não”, sugeriu.

Loureiro detalhou que a ficha de leitura deve levar em consideração alguns pontos essenciais. “Eu me coloco à disposição dos senhores para enviar modelos dessas fichas, para que vocês adotem nas suas fazendas na avaliação das aguadas, dos bebedouros. Ela serve para saber se a água está turva, para poder mensurar o pH dessa água, se está ácido, alcalino, se está o ideal, que é o mais próximo do neutro, se esta água tem presença de sujidades, qual é esta sujidade e a frequência de limpeza”, listou.

“O ideal é que você tenha uma observação, uma leitura dos bebedouros aí na sua fazenda para avaliar se esta água ainda está podendo ser servida para os animais, se ela está uma água de qualidade ou se ela já começou a perder a qualidade. E essa leitura vai avaliar o aspecto geral dessa água, visual, e você vai poder ver a transparência da água, se ela já está começando a turvar, a ser uma água turva, ou opaca. E também a presença de sujidades no fundo desse bebedouro”, frisou.

Fernando também destacou que alguns produtos podem ajudar na qualidade do líquido servido aos bovinos. “Podem ser utilizados também produtos à base de probióticos. Probióticos que são bactérias vivas, bactérias do bem, leveduras que vão consumir a matéria orgânica dentro do bebedouro. Elas auxiliam no controle do crescimento de algas, controle do crescimento da matéria orgânica, que é à base de capim que os animais trazem na boca, de farelo que os animais também carreiam para dentro do bebedouro. Essas bactérias vão auxiliar nesse controle. A gente só tem que lembrar que, se a fazenda já utiliza cloro no bebedouro, não vai dar para utilizar o probiótico. São bactérias vivas e vão sofrer a ação do cloro, ou seja, vão ser eliminadas. Então seria ou um ou outro, com benefícios para ambas as partes”, apontou.

O especialista reforçou a importância da “leitura de bebedouro” na rotina da fazenda. “O mais importante é você fazer uma avaliação dos seus bebedouros com essa leitura. A turbidez da água, o grau de opacidade, se a água está ficando opaca, aquele verde escuro em que não se enxerga mais o fundo (do bebedouro). E isso é um indicativo de que o bebedouro precisa ser lavado”, observou.

Loureiro salientou que, caso não haja nenhum desses indicativos em evidência, é desejável instituir que a lavagem seja feita com a maior frequência possível. “Se você não tiver nenhum indicativo, quanto mais vezes você conseguir lavar o bebedouro, maior vai ser o benefício para os seus animais. Nós já abordamos aqui pelo Giro do Boi (veja no link abaixo) os diferenciais de ganho de peso para os animais que estão sendo servidos em bebedouros sempre lavados comparando com os que bebem água em bebedouros lavados com menor frequência. Aqueles bebedouros que se lava todo dia representaram ganhos superiores, de até 280 gramas. Então é um ganho mais do que significativo para justificar essa limpeza do bebedouro”, valorizou.

“Então o ideal é que não seja menos do que uma vez semana, ou lavar quatro vezes num mês. Se possível, duas vezes na semana, dentro da realidade sua de manejo. Mas sempre essa limpeza frequente vai trazer benefícios do consumo dos animais, que vai ser maior, e aí eles vão consumir mais capim e vão ter melhor desempenho”, concluiu.

 

Fonte: Giro do Boi

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