Os compradores chineses estão monitorando os novos casos de coronavírus em funcionários que trabalham nos frigoríficos dos Estados Unidos e do Brasil. De acordo com as informações da StoneX, os novos casos da doença podem abalar os elos da cadeia e prejudicando a operação das indústrias e as relações comerciais do Brasil com importantes players importadores.
A consultoria aponta que as suspensões chinesas em frigoríficos brasileiros podem pesar no volume exportado em julho de algumas indústrias brasileiras. Por outro lado, a expectativa é a potência asiática continue demandando proteína animal diante da redução do rebanho suíno. “Por mais que a China vise recuperar sua produção animal, tal processo ainda levará tempo e a tendência é que o gigante continua importando grandes volumes”, informou analista de mercado da consultoria, Marina Malzoni.
No acumulado de 2020, os volumes exportados nacionais de carne bovina, suína e de frango foram de 40%, 60% e 3% acima da media mensal embarcada nos últimos cinco anos. “Em meio a desvalorização do real, e aos impactos recorrentes de Peste Suína Africana na China, a tendência é que as exportações sigam em ritmo positivo”, pontuou a consultoria em sua coletiva de imprensa.
O fechamento do comércio diante da disseminação no coronavírus acabou pesando no consumo doméstico por carnes. Cortes nobres do Boi Gordo devem perder mercado para proteínas mais baratas com destaque para a carne de frango, conforme o levantamento da StoneX.
A expectativa é que a reabertura de alguns comércios movimente a economia gradualmente, principalmente no estado de São Paulo. “Vale ponderar que diante da crise econômica e a descapitalização do consumidor final, as estimativas para o consumo são inferiores ás previstas antes da pandemia”, acrescentou Malzoni.
“Em resposta os preços do quilo da carne suína e de frango alcançaram as mínimas, de R$ 5,61 a R$ 3,81, em meados de abril. Para o setor de bovinos, a pressão de baixa foi menos intensa já que os frigoríficos reduziram as operações logo no início para evitar o contágio da doença”, comentou a analista de mercado da consultoria, Marina Malzoni.
Com um menor volume de animais confinados no primeiro giro, a tendência para o curto prazo é que a oferta de animais continue enxuta e os frigoríficos tenham que oferecer preços maiores para a arroba para preencher as escalas de abate. “Para os próximos giro de confinamento, a conjuntura pode estar mais favorável à intensificação e os invernistas optem por confinar um maior número de cabeças, o que ainda poderá pesar sobre o preço da arroba”, conclui.
Fonte:
Notícias Agrícolas