23/11/2021

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Doenças do umbigo em bezerros: o que você precisa saber

Fonte: Texto parcialmente reproduzido do site www.educapoint.com.br

A inflamação umbilical em bezerras é um problema vivenciado no dia a dia de muitos criadores de bovinos leiteiros e de corte. Essa é uma questão muito importante, em parte porque não está atrelada somente à região umbilical do animal, podendo trazer sérias consequências, gerar danos na saúde do animal no futuro, podendo até acarretar morte das bezerras.
As principais causas das patologias do umbigo (onfalopatias) são: fatores ambientais, higiênicos, traumáticos, bacterianos e congênitos, que isolados ou em associação provocam processos inflamatórios e/ou infecciosos nas estruturas do umbigo. Tais infecções podem resultar em septicemia, que ocorre devido presença de bactérias que ascendem a partir dos vasos umbilicais ou do úraco causando septicemia aguda ou crônica com patologia articular, meningites e abscessos hepáticos, de acordo com artigo de Carla Bittar e Marília Ribeiro de Paula, publicado no site MilkPoint.
A onfaloflebite e a onfaloarterite fazem parte do grupo de patologias que podem ocorrer no umbigo do bezerro recém-nascido.
A onfaloflebite é uma inflamação da veia umbilical e é frequentemente acompanhada de trombose. Os leucócitos neutrofílicos tendem a dominar e, com a cronicidade, o tecido fibroso inflamatório envolve a veia.
A inflamação ocorre na veia umbilical que conecta a placenta ao fígado e porta cava que regride após o nascimento para se tornar o ligamento redondo do fígado dentro do ligamento falciforme.
A sintomatologia clínica é caracterizada por um aumento de volume no umbigo, com a presença de exsudato, que pode estar ou não exteriorizado. Pode ocorrer dor abdominal e durante a evolução muitas vezes ocorre hepatite, peritonite ou abscesso hepático, devido à ligação que existe entre o sistema porta e o umbigo do recém-nascido.
Pode ser considerada a causa mais frequente de artrite séptica em bezerros, mas não deve ser considerada como a única rota de infecção das artrites hematogênicas. É mais comum nos animais que não receberam o colostro, e a este respeito tem-se sugerido que a diminuição da acidez do estômago nestes animais pode facilitar a passagem dos microrganismos, que seriam normalmente destruídos no trato gastrointestinal.
A onfaloarterite é principalmente uma reação inflamatória na parede arterial, que muitas vezes leva a danos endoteliais e trombose.
Ocorre nas duas artérias umbilicais que conectam as artérias ilíacas internas à placenta. Após o nascimento, estas regridem e se tornam o ligamento redondo da bexiga.
Os sinais clínicos são semelhantes aos da onfaloflebite: toxemia crônica, subdesenvolvimento e ausência de resposta à antibioticoterapia.
As onfaloarterites levam, como consequência extrema da sua infecção ascendente, ao quadro de poliartrite.
Tanto a onfaloflebite quanto a onfaloarterite se desenvolvem secundariamente à infecção adquirida ou congênita das estruturas umbilicais e/ou trauma. As condições são frequentemente associadas à falta de higiene no ambiente do parto e à falta de atenção aos cuidados umbilicais pós-parto imediatos.
A onfaloflebite pode prolongar o comprimento da veia umbilical e resultar em abscesso hepático. Já a onfaloarterite pode se estender para a bexiga.
A onfaloflebite é mais comum que a onfaloarterite em bezerros.

Fatores predisponentes
– Má higiene do ambiente do parto;
– Distocia/trauma no parto ou durante o parto, o que pode levar a um corte inadequado do cordão umbilical;
– Má gestão pós-parto do umbigo;
– Falha na transferência passiva de imunidade;
– Pode ocorrer como resultado da sucção do umbigo por outros bezerros.
Essas duas condições ocorrem horas ou dias após o nascimento do animal, dependendo da gravidade da infecção associada e desenvolvimento de sepse.

Diagnóstico
O diagnóstico é feito pelas análises epidemiológicas e também pelos sinais clínicos, tendo um diferencial de hérnia umbilical que desaparece quando exercita pressão sobre ela, deve ser acompanhado por um especialista que pode diagnosticar corretamente a doença.

Tratamento
Quando a doença é identificada no estágio inicial pode ser realizado tratamento com antibióticos via parental. Em alguns casos, há a necessidade de tratamento cirúrgico, com extirpação dos abscessos.
Porém, a melhor forma de evitar a doença é a profilaxia, prevenir para que não aconteça. Evitar parições em locais sujos e sem higiene, realizar corretamente a desinfecção do umbigo logo após o nascimento, com solução de iodo de 7 a 10%, acompanhar os partos e realizar a limpeza de região do umbigo com soluções antissépticas.

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