21/02/2022

11:31

Especialista projeta cenário dos preços das commodities e demanda por carne em 2022

Fonte: Giro do Boi

Consultor confirmou tendência de alta dos insumos e reforçou importância da gestão da fazenda para o crescimento da engorda em confinamento em 2022

Em entrevista ao Giro do Boi nesta segunda, dia 14, o zootecnista Marcos Baruselli, gerente de confinamento da DSM, trouxe projeções para o confinamento em 2022. Em resumo, o especialista projetou que o volume de animais deve subir, embora os custos de produção sigam com tendência de alta.

Conforme lembrou Baruselli, o confinador já conseguiu superar o mesmo desafio no ano passado. Enquanto os custos de produção estavam subindo, a valorização da arroba do boi deu margem para a operação de engorda intensiva. Assim, segundo apontou o Censo DSM de Confinamento, o país fechou o ano com 6,5 milhões de cabeças que engordaram no cocho.

CONFINAMENTO EM 2022
Logo depois, o profissional confirmou que o grande desafio para a engorda intensiva neste ano continuará sendo custo de produção. “Os insumos subiram muito de preço. Nós estamos vivendo uma onda inflacionária dos custos pecuários. O milho, por exemplo, subiu demais de preço. As fontes de fósforo dos suplementos minerais e rações também subiram. Elas dobraram de preço em 2021. Além disso, abriram 2022 com tendência de alta”, disse Baruselli.

“Então nós estamos, sim, sofrendo com uma inflação no Brasil. Com a pecuária, não é diferente. O produtor rural está, sim, sentindo no bolso a inflação dos insumos, do milho, dos suplementos, das rações, do farelo de soja, a ureia. Tudo isso subiu demais de preço em 2021 e o que nos preocupa é que abriu 2022 também já com tendências de alta. Nós estamos, sim, vivendo um momento ímpar de aumentos violentos nos custos de produção pecuária”, ponderou o zootecnista.

Contudo, ao mesmo tempo, o preço da arroba do boi segue consistente ao longo dessa inflação fruto da pandemia. “Nós temos uma arroba acima de R$ 300 já há um bom tempo e essa arroba alta acaba cobrindo os custos de produção. No caso de pecuária de corte, (cobre os custos) de confinamento e até mesmo de semiconfinamento”, tranquilizou.

CONFINAMENTO EM 2022 VAI DAR MARGEM?
Em seguida, Baruselli respondeu se a engorda intensiva vai valer a pena neste ano. De acordo com o gerente, o produtor terá bons resultados, desde que faça o dever de casa, que é exercer a atividade com foco na gestão. “A base é essa. Genética, sanidade, nutrição e um bom manejo. Uma boa gestão por trás de tudo isso”, reforçou.

Por exemplo, Baruselli citou balanceamento correto de ração, uso de núcleos e minerais aditivados como forma de potencializar o resultado do confinamento em 2022. “Hoje existe uma série de tecnologias no mercado disponíveis ao confinador para balancear a sua ração. O confinador tem que estar atento a tudo isso na hora de preparar a ração para que esse animal ganhe mais peso e a conta feche no azul dentro do modelo de confinamento”, disse em síntese.

Antecipadamente, o especialista projetou que mais uma vez o pecuarista vencerá os desafios. Dessa forma, o volume de animais que engordaram em confinamento em 2022 será maior que no ano anterior. “Todo ano é um desafio muito grande para o confinador. A gente todo ano entra o ano apreensivo, se vai ter confinamento ou não. E a gente observa crescimento há seis anos seguidos no confinamento brasileiro. Em 2022, na minha visão, não vai ser diferente. Nós estamos crescendo há seis anos seguidos, já atingimos 6,5 milhões de animais confinados no Brasil, fora os semiconfinados. E em 2022, na minha visão, não será diferente. Nós vamos crescer novamente em número de animais confinados”, confirmou.

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