23/10/2020

17:17

Fazendas devem se planejar para fornecer mais água para o gado durante a seca

Fonte: Giro do Boi

O calor é intenso e o consumo de água – uma das formas de regulação térmica do gado – aumenta expressivamente para que o animal se refresque. Mas ao mesmo tempo, a escassez de chuvas leva embora boa parte da água disponível para esse gado. O que fazer em casos assim? Foi disso que tratou em participação no Giro do Boi desta sexta, 23, o médico veterinário especialista no assunto Fernando Loureiro.

“Nós estamos em meados de outubro com um calor intenso, muito forte no Brasil Central e no Norte do Brasil. Adicionado a isso, um período de estiagem muito prolongado. Há muito tempo a gente não tinha um período tão longo sem chuvas regulares em algumas fazendas, mais de 90 dias, 120 dias e agora, recentemente, eu tive relatos de fazendas no Norte do Brasil há 150 dias sem nenhuma gota de chuva”, contextualizou Loureiro.

Desta vez, Loureiro comentou preocupação comum a dois telespectadores: Gilberto, da região de Uberlândia-MG e que trabalha com gado no Pará, e também Alexandre Scaff, pecuarista em Anastácio-MS. “A famosa Anastexas, uma região de bastante produção de gado”, brincou Loureiro.

“O pessoal está preocupado com esse calor. As represas, como essa aqui de trás, estão secando, acabando a água e virando só um restolho de barro […] E como servir água de qualidade para os animais?”, disse o veterinário, apresentando a dúvida.]

Louro explicou qual é a relação do calor com o consumo de água pelos bovinos. “A gente tem que tomar bastante cuidado porque os animais, os bovinos a pasto, têm praticamente dois meios de combate o calor. Um é indo para a sombra, sombra das árvores, os capões de mato, que muitas vezes não estão disponíveis e aí a gente teria que prover uma sombra artificial. O outro meio, o principal deles, é a termorregulação em que o animal consegue baixar sua temperatura bebendo mais água. A necessidade de água dos animais aumenta bastante nesse período”, exaltou.

Fernando apresentou gráfico de um estudo de Marco Balsalobre (Esalq-USP) sobre esta proporção. “Ele tabulou pelas categorias de peso dos animais, como vocês podem ver (confira na imagem abaixo), e diferentes faixas de temperatura. Animais que estavam a 21º C de temperatura média do dia a 26,5º C e a 32º C. Infelizmente, a mensuração parou nos 32º C. Hoje a gente tem vivido realidades de 37º C de temperatura média do dia, 40º C, em algumas regiões, 42º C nos horários mais quentes. E aí os animais precisam de muito mais água. Vocês veem aqui nesta coluna os animais adultos, de 450 kg, que ele eleva a necessidade de 55 litros por dia para 78, então a 40º C a gente pode predizer que, facilmente, passaria dos 100 litros de água por dia a necessidade desses animais”, projetou.

 

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