07/10/2020

08:00

Frigoríficos decretam férias coletivas em Mato Grosso por falta de gado

Segundo Imea, baixa oferta de animais é reflexo do menor nascimento de bezerros em 2017/2018 e dos efeitos da Covid-19

Com dificuldades para encontrar animais para abate, os frigoríficos do Mato Grosso, principal Estado produtor de carne bovina do país, estão começando a decretar férias coletivas, apontou nesta segunda-feira (5/10) o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Segundo boletim de conjuntura econômica do instituto, “apesar de outubro ser um dos maiores giros de confinamento e possibilitar a maior oferta de animais, o volume esperado ainda é aquém da demanda” no Estado.

Os pesquisadores apontam, entre outros fatores, o baixo nascimento de bezerros em 2017/2018 e os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre o mercado. Se em fevereiro as escalas de abate no Estado atingiram a máxima do ano, de 7,05 dias, em março, com o início das medidas de isolamento social no Brasil e em outros países, houve queda de 17,24%, para 5,84 dias, atingindo a mínima de 5,22 dias em abril.

Com pouca oferta e alta demanda, o indicador de preços calculado pelo instituto ficou em R$ 235,62 na última semana, alta de 2,03% ante o período anterior. Já a média do bezerro de ano ficou em R$ 2.075,15 por cabeça, valorização semanal de 4,24%. A alta ocorre mesmo com um aumento de 5,76% na oferta de bezerros, o que tende a elevar a disponibilidade de animais no futuro.
Por ora, contudo, a previsão ainda é de escalas apertadas e pouca oferta de gado no Estado, segundo aponta o boletim. “Para os próximos meses, há indícios de uma constante do atual cenário, uma vez que a disponibilidade de animais segue restrita, o que, inclusive, poderá ser um movimento atípico para o período”, explica o Imea.
Fonte: Revista Globo Rural

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