Plano mira 2028 e concretização será executada em fases, começando com visitas técnicas a produtores e diálogo com toda a cadeia.
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) decidiu ampliar suas metas para comercialização de ovos e carnes produzidos em estabelecimentos que adotam práticas de bem-estar na criação. Dentro de oito anos, o grupo varejista terá nas gôndulas da rede Extra e Pão de Açúcar 100% de ovos provenientes de galinhas livres das gaiolas.
No caso da carne de porco, a meta é vender somente produtos de granjas que fazem controle rigoroso e priorizem conforto aos animais durante a gestação, além de garantir condições para que os animais possam expressar seus comportamentos naturais. Na cadeia de carne bovina, o grupo pede que todos os seus fornecedores assumam compromissos de bem-estar até 2025.
O anúncio do GPA foi oficializado nesta quarta-feira (11/11), três anos após a companhia iniciar o trabalho com o segmento de ovos e observar um grande salto no segmento. “Nossas vendas saíram de 9% de ovos com bem-estar animal para 30% neste ano”, diz Suzy Yoshimura, diretora de sustentabilidade do GPA. O número refere-se às vendas de ovos com marca própria, mas segundo Suzy, a procura por produtos com esses atributos cresce em outras marcas também – 27% delas já contemplam o bem-estar.
A concretização do plano anunciado nesta quarta passa por um trabalho que será executado em fases e inclui visitas técnicas a produtores, diálogo com as entidades representativas e com a sociedade. “Precisamos fazer isso junto com toda a cadeia para estarmos conectados com a capacidade de cada um em fazer as mudanças”, diz Suzy.
O protocolo de bem-estar animal do GPA foi construído coletivamente, segundo os executivos da companhia, e respeita as particularidades de cada segmento. “As cadeias estão em velocidades diferentes. Em suínos, por exemplo, a gente já pensa em gaiolas individuais e trabalha na busca da gestação coletiva, ao mesmo tempo pensamos em proibir algumas práticas de mutilação e a redução do uso de antibióticos. Fomos montando um protocolo com ONGS e associações de produtores, para chegar a um protocolo real com potencial de evolução”, diz André Artin, gerente comercial do GPA. Esses são temas sem volta, acrescenta. “Quem não estiver disposto a aderir, uma hora ou outra sentirá a exigência do mercado.”
Fonte: Revista Globo Rural