Dos três fatores mais importantes para os preços da soja neste momento, o primeiro a se definir foi a safra dos países sul-americanos. “Já é admitido por todo o mercado que o Brasil não deverá colher mais do que 117 milhões de toneladas, contra a expectativa inicial de 121 MT”, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica.
“A quebra poderá, também, não ser tão acentuada como alguns analistas acreditavam, porque choveu e recuperou pelo menos a soja plantada mais tarde. Na Argentina, a BCR fala em 52MT e a BCBA em 53MT. O Paraguai terá 8,84MT, segundo a Prograin”, complementa o analista da T&F Luiz Fernando Pacheco.
A segunda definição está começando a se desenhar com o provável acordo entre a China e os EUA. “A informação que movimentou os mercados financeiros e de commodities nesta sexta-feira foi de que chegou a consenso com os Estados Unidos em pontos importantes da disputa comercial”, revela Pacheco.
O terceiro fator é o Dólar, que se manteve na faixa entre R$ 3,70 e R$ 3,75 nos últimos quatro meses. No entanto, ressalva o especialista, o início dos trabalhos parlamentares em Brasília vai deflagrar uma fase de bastante instabilidade na economia – que se refletirá sobre a moeda norte-americana.
“Como já dissemos aqui, tudo vai depender mais da oposição do que do governo. Se ela for forte e conseguir paralisar serviços essenciais, o Dólar sobe muito. Se ao contrário ela for fraca e desarticulada, como tem sido até agora, ele tenderá a permanecer onde está. Se o governo conseguir aprovar todas as reformas, o Dólar tenderá a ir para seu leito natural, ao redor de R$ 3,50 (embora nenhum economista, dos mais de 100 consultados semanalmente pelo Banco Central, acredita que isto ocorra neste ano, nem em 2020)”, conclui Pacheco.