No acumulado do ano, cotação acumula alta de 67,7%. Na parcial de outubro, média é 45,6% superior ao mesmo período do ano passado
O preço do milho bateu novo recorde e chegou a R$ 81,48 pela saca de 60kg. O valor é o maior já registrado nos levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, iniciada em agosto de 2004.
No acumulado do ano, o indicador do milho em Campinas (SP) acumula alta de 67,7%. Na parcial de outubro, até terça-feira (27/10), a média é de R$ 71,11 pela saca, valor 45,6% superior ao mesmo período do ano passado, em termos reais.
Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso tem vindo principalmente da elevação dos valores nos portos, diante do aumento da exportação por conta da valorização do dólar. Além disso, a combinação entrer alta procura no mercado interno e baixa disponibilidade, diante dos impactos do clima, também influencia os preços no Brasil.
Muitos compradores consultados pelo Cepea já demostram dificuldades em encontrar novos lotes de milho no spot e também indicam ter margens comprometidas diante do atual preço.
Nem mesmo a suspensão temporária das tarifas de importação de milho, anunciada pelo governo há duas semanas, tem feito os compradores se convencerem da viabilidade das importações, diante ads dificuldades logísticas e do dólar elevado.
Nos primeiros 16 dias úteis de outubro, segundo a Secretaria de Comércio Exterior, o Brasil exportou 4,3 milhões de toneladas de milho. Já os preços, de acordo com o Cepea, subiram 21% em Paranaguá (PR) e 19% em Santos (SP).
Baixa disponibilidade
Os preços do milho estão em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, mas as valorizações mais intensas são verificadas em São Paulo e Santa Catarina, devido a dificuldades em encontrar o cereal para negociar.
Também há relatos de baixa disponibilidade, segundo o Cepea, no spot do Rio Grande do Sul, fazendo com que compradores busquem novos lotes de Mato Grosso do Sul, Paraná e até mesmo de países vizinhos.
Quanto ao Centro-Oeste, pesquisadores indicam que a colheita foi maior neste ano, mas produtores aproveitaram os altos preços e já comercializaram boa parte da produção, mantendo armazenado o volume restante, à espera de novas valorizações.
Fonte: Revista Globo Rural