25/07/2023

11:52

Primeiro semestre de 2023 termina com oferta de carne suína ajustada e custo de produção em queda

Confira um panorama completo do mercado de suínos no mês de julho!

Ainda não foram publicados os dados de abate do primeiro semestre de 2023, mas preliminarmente é possível afirmar que houve uma considerável desaceleração no crescimento da produção que, aliado a altos volumes exportados, determinou ajuste na oferta de carne suína no mercado doméstico. Porém, como apontado mais adiante, a dinâmica das outras carnes tem limitado a subida dos preços pagos aos produtores de suínos.

As exportações do primeiro semestre de 2023 foram recorde para o período, tanto em toneladas de carne suína in natura, quanto em faturamento, com um total de 526,3 mil toneladas (+15% que 2022) que renderam US$ 1,32 bilhões de receitas (+27,5% que 2022).

Quando se analisa o destino das exportações brasileiras de carne suína in natura no primeiro semestre de 2023, comparado com o mesmo período do ano passado chama a atenção, além do crescimento dos embarques para China e Hong Kong em volumes e preço, a consolidação das Filipinas como terceiro destino e o crescimento dos volumes para o Chile, Uruguai e Japão. Com 39% do total, a participação percentual da China se manteve praticamente no mesmo patamar que no ano passado, indicando que o processo de “pulverização” das exportações iniciado em 2022 se estabilizou, mas a dependência em relação a China está bem abaixo de 2021, quando representava mais de 57% do total exportado entre janeiro e junho.

Diante deste quadro de redução da disponibilidade interna era de se esperar uma reação significativa dos preços do suíno vivo e das carcaças, porém, o que se viu desde março até meados de junho foi uma queda paulatina nas cotações médias, com reações eventuais dos preços que tiveram o último ciclo de aumento iniciado na segunda quinzena de junho, mas de forma tímida e ainda sem sustentação.

Sem dúvida, um dos fatores que impede maiores altas na cotação da carcaça suína é a correlação de preços com as demais carnes. A competitividade do preço da carcaça suína em relação a carcaça bovina pode ser mensurada pelo spread entre as duas que no passado recente chegou a mais de 150%, e que em de julho/23 (até o dia 18) está ao redor de 71,7% , a menor diferença do ano. Com relação ao frango a situação também determina menor competitividade da carne suína, com a maior diferença percentual de preço da carcaça suína em relação a carcaça resfriada de frango neste mês de julho.

Ou seja, em julho de 2023 a carcaça suína não está tão mais barata em relação a carcaça bovina e está ainda mais cara em relação à carcaça de frango em comparação com os meses anteriores de 2023 e em relação à média de 2022. Não obrigatoriamente este spread se mantém no varejo, mas é fato que eventuais subidas no preço da carcaça suína, com frango e carne bovina muito baratas não se sustentam por muito tempo, a menos que haja um grande desajuste entre oferta e demanda em favor desta última.

Um alento importante para o setor é que o segundo semestre historicamente é um período de maior demanda e melhores preços para a carne suína, e neste ano todos os indicadores (produção, exportação e disponibilidade interna) apontam para que esta tendência se concretize, possibilitando, junto com os custos de insumos menores que no início do ano, margens financeiras bem melhores para os suinocultores daqui até o fim do ano.

 

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