Qualidade/RS – O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de leite do país, ficando atrás apenas de Minas Gerais. Durante a ordenha, e mesmo antes, algumas práticas podem ser adotadas para melhorar a qualidade do produto.
O produtor de leite Cristiano Didoné tem 125 vacas em lactação em uma propriedade de Ijuí, na Região Noroeste do estado. O trabalho para melhorar a qualidade do leite na produção começa no confinamento dos animais.
“Aqui é uma cama coletiva. Uma cama toda de serragem e maravalha [aparas de madeira], onde as vacas tem muito conforto, por isso elas conseguem expressar tanto produtividade como qualidade do leite”, explica o produtor.
Além do confinamento das vacas, outro fator que influencia na qualidade do leite é a higienização das mamas do animal. Ao contrário do que se possa pensar, a melhor forma de higienizar não é lavando com água.
Na propriedade do Cristiano, quando a vaca entra na máquina de ordenha são retirados três jatos de leite. Depois é feita a limpeza com um produto antisséptico específico. A água não é usada pois poderia espalhar a sujeira por todo o úbere, que é toda a glândula mamária da vaca. Usando o antissépico apenas as tetas são limpas, evitando contaminação e alteração na qualidade do leite.
“A água é o inimigo público número um de qualidade do leite na sala de ordenha. Água é aquilo que as bactérias precisam para multiplicar-se. Água é umidade, então quanto mais água, mais riscos teremos”, esclarece o especialista em qualidade do leite Rafael Ortega Velasco.
A preocupação com o leite também atinge as indústrias compradoras. Medidas de prevenção contra doenças são feitas e monitoradas com exames em laboratório pra ver se o leite está dentro do padrão de qualidade. Mas essa preocupação é recente, segundo o especialista.