Os exportadores brasileiros de carnes deverão continuar a aumentar sua fatia de participação no mercado chinês até 2020, principalmente nas vendas de carne bovina, segundo análise do Rabobank divulgada no início do mês. No segmento de aves, o Brasil deverá enfrentar o aumento da concorrência com os EUA no mercado chinês, à medida que os casos de gripe aviária vão sendo resolvidos no país norte-americano. “Espera-se que o mercado de aves seja equilibrado, com exportações contínuas de carne de peito (processada) e importações principalmente de asas e de pés”, disse o banco especializado no agronegócio.
O Brasil também deve continuar elevando exportações de carne suína para a China, impulsionado principalmente pelo baixo custo de produção da carne brasileira. “Porém, dada a ainda pouca experiência brasileira no mercado chinês, o país ainda precisa aprender mais sobre as preferências da indústria local em relação aos cortes utilizados na produção de processados, principal destino das importações da China”, disse o Rabobank. Os exportadores brasileiros também poderão enfrentar queda nos preços das carnes no mercado chinês diante da maior concorrência com outros países exportadores, como a Austrália e os EUA.
Nos próximos nove anos ocorrerá a redução gradual de tarifas de comércio entre Austrália e China, como parte do acordo de livre comércio ChAFTA. Já os EUA estão negociando acesso direto ao mercado chinês, sendo que atualmente o comércio está focado em Hong Kong. As importações totais de carnes pela China Continental devem somar 6 milhões de toneladas em 2020, sem contar as compras indiretas via Hong Kong e Vietnã, segundo o Rabobank. Desse total, quase 2 milhões deverão ser carne bovina.