No primeiro trimestre, produção do setor de nutrição animal alcançou 18,9 milhões de toneladas
Com uma produção de 18,9 milhões de toneladas no primeiro trimestre deste ano, volume 4,3% superior ao observado em igual período do ano passado, a indústria de nutrição animal projeta crescimento de 3,8% este ano. Em nota, o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) baseia sua projeção no aumento das exportações brasileiras de proteínas animais este ano, em meio a um déficit de 40% na oferta chinesa de carnes após a Covid-19 e a Peste Suína Africana no país.
“Essas crises sanitárias e simultâneas aprofundaram o déficit de proteína animal e incrementaram ainda mais as remessas brasileiras de carne suína àquele destino”, explica o Sindirações em nota.
Só a suinocultura, consumiu mais de 4,3 milhões de toneladas de rações nos três primeiros meses de 2020, crescimento de aproximadamente 4,5% quando comparado a igual intervalo de 2019. Para o ano, a previsão da indústria é de que sejam produzidas 18,6 milhões de toneladas de ração para a suinocultura, crescimento de 5% ante o ano passado. “Apesar dos esforços chineses para restabelecimento da produção local, a dependência por suprimento externo deve estabelecer novo recorde à pauta exportadora brasileira, assegurar o avanço da cadeia produtiva durante o ano”, aponta o sindicato.
Do total produzido, quase metade (9,1 milhões de toneladas) foi destinada para a avicultura de corte, aumento de 3,7%. O Sindirações afirma que o resultado ficou alinhado à previsão de crescimento de 4% feita antes da pandemia, a partir da percepção do consumo interno e da demanda chinesa. “Apesar do cenário futuro apontar profunda depressão econômica com taxa de desemprego às alturas, o auxílio emergencial liberado pelo Governo Federal aos milhões de brasileiros, apesar de provisório, preferencialmente será gasto na compra de alimentos”, observa Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações.
O contexto econômico também favoreceu à produção de ração para galinhas poedeiras. No primeiro trimestre, foram produzidas cerca de 1,7 milhão de toneladas, aumento de 5,1% ante o ano passado. Para o ano, contudo, a previsão do Sindirações é de uma produção de 6,8 milhões de toneladas, estável em relação a 2019. “O descarte das aves mais velhas por conta dos excedentes e do clima frio do outono/inverno deve ajustar naturalmente a produtividade à demanda”, explica Zani.
Na bovinocultura de corte, a produção de ração alcançou 947 mil toneladas no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 5% ante igual período de 201. O número reflete um confinamento e semiconfinamento de 10 milhões de cabeças de gado de janeiro a março de 2020. Para o ano, a previsão do Sindirações é de um crescimento menor, de 2,5%, refletindo a alta nos custos de produção neste ano. “Apesar do vigoroso desempenho na exportação de carne bovina, o custo do milho em patamar elevado, além do preço da reposição e do valor pago por arroba do animal terminado é que determinam a intensidade e o interesse nas atividades de cria, recria e terminação”, avalia o Sindicato.
Para a pecuária leiteira, a indústria de alimentação animal estima uma produção de mais de 1,5 milhão de toneladas de janeiro a março, avanço de 6% ante igual período de 2019. Segundo o sindicato, o resultado reflete “o ímpeto na utilização das rações, motivado pela necessidade de complementar as pastagens que sofreram bastante diante da estiagem, pela disputa na captação do leite in natura pelos laticínios, pelo vigoroso consumo dos lácteos no varejo e também pelo preço que remunerou muito bem o produtor”. Para 2020, a previsão da indústria é de que sejam produzidas 6,5 milhões de toneladas de rações para o rebanho leiteiro, com crescimento de 4,4% ante o ano passado.
Fonte: Revista Globo Rural