08/10/2020

15:49

Trabalhadores de frigoríficos temem demissões após férias coletivas por falta de gado

Sindicatos afirmam que movimento da indústria de carne bovina é “sintoma de demissão”. Setor emprega cerca de 300 mil pessoas no país

A decisão estratégica adotada por alguns frigoríficos para contornar a forte alta da arroba do boi em meio a um mercado interno fraco, decretando férias coletivas em algumas unidades, acendeu um alerta entre os trabalhadores do setor.

Em ofício enviado às federações locais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA) e a Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT(Contac) afirmam que a medida é “sintoma de demissão”.

“Os companheiros sabem que férias coletivas não programadas é sintoma de demissão. Isso não podemos permitir, já não bastam os 30 milhões desalentados e desempregados?”, afirma o documento.

Em setembro, pelo menos quatro frigoríficos decretaram férias coletivas no Brasil devido ao alto custo com a originação do gado e a menor liquidez para a venda de carne bovina no atacado e no varejo.

Enquanto o valor da arroba subiu mais de 24% no ano, os preços no atacado e no varejo paulista calculados pelo Instituto de Economia Agrícola do Estado (IEA) avançaram 3,7% e 5,7%, respectivamente. Nas exportações, o preço médio recebido pelo Brasil caiu mais de 20% – de R$ 4,9 mil a tonelada em janeiro para R$ 3,9 mil em agosto.

Fonte: Revista Globo Rural

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